Museu Lasar Segall reabre oficialmente no sábado (12)

publicado: 10/09/2015 12h03,
última modificação: 13/09/2015 17h13

12.09 lasar segallApós 18 meses fechado para fazer uma reforma de infra-estrutura (elétrica, climatização, telhado, iluminação e segurança), o Museu Lasar Segall/Ibram, em São Paulo, reabre suas portas neste sábado, 12 de setembro, às 17h.  A reforma foi realizada com recursos do Fundo Nacional de Cultura (FNC) e da Petrobras.

As mostras que reinauguram oficialmente o Museu são Cárceres a duas vozes: Piranesi e Ana Maria Tavares e Intervenções VIII – Rotatórias (Tête-à-tête) de Ana Maria Tavares.

Cárceres a duas vozes: Piranesi e Ana Maria Tavares: a mostra contará com dezesseis gravuras dos Cárceres (c.1761), de Giovanni Batista Piranesi (Veneza 1720 – Roma 1778) cedidas pela Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro, em diálogo com a artista brasileira contemporânea Ana Maria Tavares (Belo Horizonte 1958), que, seduzida pela estrutura labiríntica dos Cárceres apresenta, uma obra em série intitulada Airshafts para Piranesi.

A obra original de Piranesi, que inspirou Tavares, tinha por título Cárceres de invenção, e foi produzida precocemente pelo artista aos vinte e cinco anos de idade, e anos mais tarde foi retrabalhada com efeitos mais sombrios e detalhados levando-o à consagração para a posteridade. Os Cárceres são claustros imaginários utópicos, que podem ser associados a um projeto pós-moderno, com escadas que se multiplicam infinitamente e que levam a lugar nenhum, pontes partidas e suspensas no ar, instrumentos de tortura sem carrascos numa monumentalidade vazia.

Nas palavras de Jorge Schwartz, diretor do Museu Lasar Segall, a escolha para exibir Cárceres num museu de perfil expressionista como o Segall deriva “da forte tradição do Museu com a gravura, e do fato de que não há como dissociar as prisões de Piranesi do clima sombrio e tortuoso dos filmes do cinema expressionista alemão dos anos 1920”.

Além das obras de Piranesi, haverá no espaço expositivo a reprodução o vídeo dos Carceri, com 11 minutos, realizado por Gregoire Dupont, e os vídeos dos Airshafts de Ana Maria Tavares. Com o advento das novas tecnologias digitais foi possível reproduzir cárceres em movimento, o que leva a uma dimensão inusitada das obras em questão.

O projeto Intervenções tem como objetivo apresentar artistas contemporâneos no espaço interno (jardim) do Museu, em que cada artista convidado realiza um projeto de instalação/intervenção que proporcione ao público visitante uma reflexão sobre as relações entre espaço arquitetônico, espaço público e artes visuais.

Em sua oitava edição a artista convidada Ana Maria Tavares realizou a obra Rotatórias (Tête-à-tête), confeccionadas em aço inox polido espelho, e posicionadas de maneira a criar um arranjo orgânico no jardim do museu. Segundo a própria artista “…Tête-à-tête é uma composição para cúmplices, um ambiente de encontro a céu aberto: é forma e função; um jogo entre o deleite visual da forma em sua condição pura e isolada e sua utilização como descanso do corpo. Neste contexto as esculturas tornam-se mobiliário e irão cumprir a tarefa de transformar o atual caminho, aquele que liga a porta de entrada à sala de exposição ou o café, em uma pequena praça, local onde o tempo é dilatado para simples fruição. Ao invés de apenas atravessar o espaço, a intervenção pressupõe a possibilidade do encontro com o outro”.

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Texto: Ascom Museu Lasar Segall