Museu da Inconfidência comemora 66 anos

publicado: 20/08/2010 00h00,
última modificação: 20/08/2010 00h00

O Museu da Inconfidência realiza, entre os dias 24 e 27 de agosto, uma série de atividades no intuito de celebrar seus 66 anos existência, além do bicentenário de morte do inconfidente Tomás Antônio Gonzaga. A programação especial, idealizada a partir da vida e da obra do também desembargador e poeta, inclui a abertura da exposição “Os Caminhos de Marília”, exibição comentada do filme “Os Inconfidentes”, palestra, apresentação do livro “Maria Dorotéia – A Musa Revelada”, além de ações educativas promovidas pela equipe pedagógica da instituição com alunos da rede municipal e estadual de ensino de Ouro Preto.

Tomás Antônio Gonzaga, cujo nome arcádico é Dirceu, escreveu poesias líricas, com temas pastoris e de galanteio, dirigidas à sua amada, Maria Dorothea Joaquina de Seixas, a Marília de Dirceu. Acusado de participação na Inconfidência Mineira em 1789, foi detido e enviado para a Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro, partindo depois para Moçambique, onde faleceu em 1810.

O museu guarda, em seu Panteão dos Inconfidentes, lápides com os restos mortais de 13 inconfidentes degredados na África e repatriados durante o governo de Getúlio Vargas – incluindo Gonzaga. A inauguração desse espaço se deu em 1942 para consagrar a ação cívica aos participantes da Conjuração. Em 11 de agosto de 1944, o Museu da Inconfidência abre suas portas para o público, na data do bicentenário do nascimento de Tomás Antônio Gonzaga.

Mostra

A exposição “Os Caminhos de Marília”, cuja abertura acontece no dia 24, às 12 horas, na Sala Manoel da Costa Athaide, propõe um retrato dos caminhos vividos pelos personagens da célebre obra literária Marília de Dirceu, escrita por Tomás Antônio Gonzaga, em 1792. Nela, o poeta revela sua paixão por Maria Dorothea, através das liras que revelam o universo poético em que o casal esteve envolvido antes e depois do advento da Inconfidência Mineira.

Apresentando peças de grande representação dentro deste momento histórico da Vila Rica do século XVIII, como documentos-autógrafos do inconfidente, a própria obra Marília de Dirceu, os Autos da Devassa, o anel de noivado, fragmentos arqueológicos encontrados na Casa de Gonzaga e aspectos do circuito percorrido pelos históricos personagens, a mostra pretende levar o visitante a vivenciar os caminhos percorridos não apenas por Marília, mas também por Dirceu.

Com abordagem voltada para o estímulo ao turismo cultural em Ouro Preto, o público pode acompanhar parte do caminho destes personagens não apenas ao visitar o espaço museológico, mas também através do “Caderno dos Caminhos de Marília” que será lançado em conjunto com a exposição. O material permitirá que o visitante caminhe pela cidade, passando pela Praça Tiradentes, pela Igreja do Pilar – onde Marília foi batizada -, pela Casa de Gonzaga, pelas pontes onde eles se encontravam, pelo Chafariz de Marília, pelo jazigo onde Maria Dorothea foi enterrada na Matriz de Antônio Dias, e pelo próprio Museu, onde se encontram as lápides do casal.

Filme

Na quarta-feira, 25, será exibido no auditório da instituição, “Os Inconfidentes”, de Joaquim Pedro de Andrade. Baseado nos Autos da Devassa, na poesia dos inconfidentes e na de Cecília Meireles, Andrade contesta aspectos oficiais da história da Inconfidência Mineira e trata da posição de intelectuais diante da prática de políticas revolucionárias. A produção foi realizada para a TV Italiana RAI e integrou a série "A América Latina vista por seus idealizadores". Sucesso internacional de crítica e de público, o filme foi premiado no Festival de Veneza. A exibição do filme será seguida de comentários pelo jornalista e prefeito de Ouro Preto, Angelo Oswaldo de Araújo dos Santos.

Palestra

“Tomás Antônio Gonzaga – Um Letrado Português Inconfidente” é o tema da palestra a ser proferida po