Os 50 anos de criação do Museu do Açude teve seu ponto alto no dia 28 de setembro, quando o museu abriu as portas para um evento comemorativo com o público carioca. A instituição integra os Museus Castro Maya e a rede de museus Ibram no Rio de Janeiro (RJ).
Bolo de aniversário, champagne e uma apresentação exclusiva do consagrado violonista Turíbio Santos compuseram a celebração, que aconteceu na sede do museu, no Alto da Boa Vista, e contou com a participação do presidente do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), Angelo Oswaldo.
Em março, data oficial do aniversário do museu, foram lançados selo e publicação pelo meio século de existência do museu que integra arte, cidade e natureza.
Após a segunda fase de modernização, inaugurada em 2003, o museu parte agora para uma terceira etapa, na qual focará na adequação dos espaços arquitetônicos, infraestrutura, acessibilidade e novas aquisições para seu acervo.
“Queremos melhorar o espaço para as exposições temporárias e ainda criar um espaço gastronômico para que os visitantes possam ficar mais tempo apreciando o museu”, explica Vera Alencar, diretora dos Museus Castro Maya desde 1995. O projeto está sendo formatado e a proposta é buscar recursos tanto de fundos públicos quanto da iniciativa privada.
Contudo, a diretora acrescenta que o início das obras para um anexo no Museu da Chácara do Céu, a outra unidade Castro Maya que fica no bairro de Santa Teresa, deve retardar um pouco a finalização do projeto para o Museu do Açude.
“Estamos na expectativa desse anexo há muitos anos, onde ficarão nossos escritórios e reserva técnica. O patrocínio do BNDES nos deu condições de iniciar o trabalho. Com recursos da Petrobras estamos agora em um segundo momento. Mas o custo total da obra ainda não está coberto”, avalia.
De casa a museu
Localizado numa área de 151.132m² no Alto da Boa Vista, na Floresta da Tijuca, o Museu do Açude deve sua criação ao industrial, colecionador de arte e mecenas Raymundo Ottoni de Castro Maya (1894-1968). Em 1962, o empresário doou a chácara encravada na Floresta da Tijuca à Fundação Raymundo Ottoni de Castro Maya.
O Museu do Açude foi inaugurado em 1964, no mesmo dia do aniversário do colecionador. Em 1968, outra propriedade de Castro Maya, a Chácara do Céu, é doada à fundação. Com sua abertura como museu em 1972, ambos tornam-se Museus Castro Maya.
Em 1974, os museus foram tombados pela antiga Secretaria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (atual Iphan), assim como os respectivos acervos e parques paisagísticos. Com a extinção da fundação no início dos anos 1980, ambos são incorporados pela União em 1983. Desde sua abertura, o Museu do Açude já recebeu dezenas de exposições temporárias, atividades culturais diversas e ainda sediou recepções para chefes de estado.
Acervo diverso
No conjunto de edifícios e jardins de inspiração portuguesa que compõem o Museu do Açude encontra-se a coleção de azulejaria – painéis franceses, holandeses, espanhóis e, sobretudo, portugueses dos séculos XVII ao XIX – e louça do Porto, tipo de faiança ornamental, fabricada a partir do século XIX em Portugal.
Em 1999, o museu constituiu seu Espaço de Instalações Permanentes, um circuito museológico ao ar livre, que hoje conta com obras de diversos artistas contemporâneos brasileiros: Iole de Freitas, Helio Oiticica, Lygia Pape, Anna Maria Maiolino, José Resende, Nuno Ramos e Eduardo Coimbra. Por sua excelência, o projeto recebeu, em 2004, o Prêmio Estácio de Sá do Governo do Estado do RJ.
Além das instalações integradas ao ambiente natural, o museu conta com exposições de longa duração que destacam tanto a arte oriental, oriunda da coleção original de Castro Maya e considera das mais importantes do país, quanto a relação do patrono com a paisagem e o patrimônio natural da capital fluminense. Saiba mais sobre os Museus Castro Maya.
Texto: Ascom/Ibram
Fotos: Divulgação Museus Castro Maya
Última atualização: 3.10.2014