Chácara do Céu expõe belezas do Rio

publicado: 12/05/2011 16h50,
última modificação: 12/05/2011 16h50

De 16 de maio a 19 de setembro, o Museu Chácara do Céu, em Santa Teresa (RJ), apresenta ao público uma homenagem à cidade do Rio de Janeiro sob a visão de artistas do século XIX e XX com a exposição “Bonito por natureza: Rio ontem e hoje”. O Museu selecionou obras de alguns pintores estrangeiros que se renderam às belezas da cidade, deixando marcas de seus personagens e da sua paisagem durante o século XIX.  São trabalhos de profissionais como os alemães Emil Bauch e Friedrich Hagedorn, ou de artistas amadores, como o inglês Richard Bate e o oficial naval norte-americano Melanchton Brooks Woolsey. Suas obras nos deixam a versão de um Rio de Janeiro visto e pensado pelo olhar do outro.

“No século XIX, armados de pincel e lápis, os pintores viajantes colheram os flagrantes do Rio que eternizaram na memória a grandiosidade da paisagem natural da cidade. No século XXI, são os fotógrafos que, armados de câmeras digitais, produzem as imagens que nos fazem acreditar que o Rio de Janeiro continua lindo; O Rio de Janeiro continua sendo; O Rio de Janeiro, fevereiro e março”, segundo a curadora da exposição, Anna Paola Baptista.

Em uma visão contemporânea e atualizada, são apresentadas as fotografias de Almir Reis e Jaime Acioli. Almir tem mais interesse nas paisagens e tipos urbanos, manipulando digitalmente as imagens a fim de sublinhar suas intenções. Tendo como cenários certos ícones cariocas, é possível perceber a presença do fotógrafo como narrador que confere sentido de movimento à imagem. Jaime tem formação em Agronomia, e é profundamente interessado nas questões da natureza, dedicando-se a um trabalho serial de elementos naturais em seu habitat e em estúdio.  Tal qual Claude Monet, que passou os últimos 30 anos de vida abrindo a porta de casa e pintando o próprio jardim, Jaime fotografa a mesma paisagem na mesma hora do dia, mostrando a cidade mais entregue à natureza do que às pessoas.

“Ao apresentarmos aqui uma seleção de nossa coleção de Brasiliana, ao lado das fotografias contemporâneas de Almir Reis e Jaime Acioli, oferecemos ao público uma mostra em que passado e presente dialogam através das imagens”, declara Vera de Alencar, diretora dos Museus Castro Maya.

Sobre os Museus Raymundo Ottoni de Castro Maya

Castro Maya criou a Fundação Raymundo Ottoni de Castro Maya em 1962, tendo como sede sua antiga residência no Alto da Boa Vista aberta ao público em 1964 como Museu do Açude. Em 1968, doou à fundação a sua residência de Santa Teresa – Chácara do Céu – com todo seu acervo histórico-artístico, visando a criação de outro museu. Em 1983, a Fundação Raymundo Ottoni de Castro Maya foi incorporada pelo Governo Federal. O tombamento dos prédios ocorreu em 1974 e neles estão, em exposição permanente, as 22 mil peças dessa rica herança ao povo carioca.

Museu da Chácara do Céu

A casa de Santa Teresa, herdada por Castro Maya em 1936, tornou-se Museu Chácara do Céu, um dos mais belos locais da cidade do Rio de Janeiro, onde o visitante encontra arte européia e brasileira dos séculos XIX e XX.  São pinturas, desenhos e gravuras de artistas consagrados como Matisse, Picasso, Dali, Seurat, Miró; uma coleção de arte brasileira, formada principalmente por trabalhos de artistas modernos, entre eles Guignard, Di Cavalcanti, Iberê Camargo, Antonio Bandeira, além de importante conjunto de obras de Portinari, hoje considerado o maior acervo público desse artista.  A coleção de Brasiliana, uma das mais expressivas, inclui mapas dos séculos XVII e XVIII, pinturas a óleo, aquarelas, guaches, desenhos e gravuras de viajantes do século XIX, como Rugendas, Chamberlain e Taunay, destacando-se os mais de 500 originais de Jean-Baptiste Debret, adquiridos em Paris, em 1939 e 1940. 

SERVIÇO:

Exposição “Bonito por natureza: Rio ontem e hoje”, de 16 de maio até 19 de setembro.

Diariamente, exceto terças-feiras, das 12 às 17 horas

Ingresso: R$ 2,00

Gratuidades: maiores de 65, menores de12, grupos escolares em visita programada, membros do ICOM, professores e guias de turismo em serviço

Quartas-feiras: gratuito para todos