Patrimônio Cultural Mundial, a cidade de Goiás (GO) recebeu nesta terça-feira (3) a ministra da cultura, Marta Suplicy, para o lançamento simbólico das obras do PAC Cidades Históricas no município.
“Aqui temos uma boa parcela da identidade brasileira. Esse patrimônio não é só de Goiás. É do Brasil. São marcas que se não se acolhe a tempo, não dá para recuperar depois. Por isso a importância do PAC das cidades Históricas”, falou a ministra da Cultura.
O presidente do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), Angelo Oswaldo, também esteve presente no lançamento. O Instituto é responsável por duas instituições na cidade: o Museu das Bandeiras e o Museu de Arte Sacra da Boa Morte, além do Museu Casa da Princesa, em Pilar de Goiás.
Com investimento total de R$ 26,9 milhões, serão executadas as seguintes obras no município: restauração do Casarão da Escola de Artes Veiga Valle, do Mercado Municipal, do Cine Teatro São Joaquim, do Casarão da Prefeitura Municipal, a recuperação da Ponte da Cambaúba, além da requalificação da Sede da Diocese de Goiás onde será instalado o Arquivo Diocesano. “A vocação da cidade é turística. Compete a nós, do Governo Federal, ajudar na recuperação e restauração dos monumentos. Muitas vezes as cidades que detêm o patrimônio não têm recursos para mantê-los, pois custa caro”, disse Marta Suplicy em entrevista à imprensa local.
O Estado de Goiás receberá, ao todo, R$57 milhões em investimentos até 2015. Além da cidade de Goiás, serão contempladas Goiânia, Urutaí, Corumbá de Goiás, Pilar de Goiás e Trindade.
Goiás
Em suas charmosas ruas de pedra, a cidade de Goiás abriga um dos mais ricos acervos históricos do Patrimônio material do Estado de Goiás, representado por sua arquitetura barroca em edifícios oficiais e religiosos. A cidade onde nasceu a poetisa Cora Coralina foi capital do Estado até 1937. Marta Suplicy citou versos do poema “O Velho Sobrado”, onde a poetisa expressa sua atenção em relação à conservação do patrimônio arquitetônico da cidade: “Bem que podia ser conservado, bem que devia ser retocado, tão alto, tão nobre-senhorial”, diz Cora Coralina.
Ao lado da presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Jurema Machado, e de Angelo Oswaldo, a ministra Marta Suplicy foi recebida pela prefeita da cidade, professora Selma de Oliveira, e pelo secretário de Cultura do Estado, Gilvane Felipe. “Os investimentos do PAC Cidades Históricas colaboram para que Goiás continue sendo vista como uma cidade viva”, afirmou a prefeita ao agradecer pelo empenho do Iphan e da ministra Marta Suplicy na manutenção do patrimônio do município.
Cora Coralina
Próximo a Igreja do Rosário, ao lado do Rio Vermelho, está a casa construída nas décadas finais do século 18 e que abrigou três gerações da família da grande poetisa Cora Coralina. Transformada em um museu após a morte de Cora, o local é mantido como nos tempos em que ela o habitava. Em sua chegada à cidade, Marta Suplicy fez questão de visitar o local. “O Museu Casa de Cora Coralina é um dos mais bem conservados que já vi. Há um cuidado com todos os itens de preservação. Tem muita força e energia neste lugar. É emocionante”, disse a ministra que chegou ao Museu, ao som da canção Rio Vermelho, interpretada pelo músico local Roberto de Brito.
Patrimônio Imaterial
Elementos marcantes da tradição do Município de Goiás – como os doces de frutas cristalizadas, o pastelinho, a Semana Santa com sua Procissão do Fogaréu – estão sendo estudados no Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC) desde fevereiro deste ano pelo Iphan Goiás. O objetivo do inventário é identificar, mapear e pesquisar, as diversas manifestações culturais de natureza imaterial que ocorrem na cidade. Um dos desdobramentos já esperados pelo Iphan é instruir o processo de registro da Semana Santa como Patrimônio Cultural brasileiro.
Texto e foto: Ascom/MinC
Edição: Ascom Ibram