Comunidade do Beiru se mobiliza para criação de Ponto de Memória

publicado: 23/04/2010 00h00,
última modificação: 23/04/2010 00h00

A comunidade do bairro Beiru, em Salvador – BA, cujo nome oficial é Tancredo Neves, é uma das 12 comunidades do país onde está sendo desenvolvido o projeto Pontos de Memória. Neste sábado, 24 de abril, será realizado, das 9h às 12h, o seminário para a criação do conselho gestor do Museu do Beiru, com participação de diversos segmentos de comunidade e de representantes do Instituto Brasileiro de Museus – Ibram. O evento será no Ceifar de Integração Familiar ( Rua Direta de Tancredo Neves, 402-E – Tancredo Neves Salvador – BA).

A história do Beiru se confunde com a história dos cultos afro, terreiros e, principalmente, com a do seu primeiro morador , Miguel Arcanjo, que foi um negro escravizado, comprado pela família Hélio Silva Garcia. Conhecido como Beiru, herdou as terras antes pertencentes aos seus donos, que gira em torno de 1 milhão de metros quadrados de área. Atualmente o bairro conta com uma população de cerca de 180 mil habitantes.

De acordo com o morador do bairro , o pedagogo Jean Santos, apesar de o nome oficial ser Tancredo Neves, a comunidade, predominantemente negra, ainda se reconhece como moradores do Beiru, por toda a memória de luta pela liberdade do líder negro comunitário.

Pontos de Memória

O Ibram acredita que o direito à memória precisa ser conquistado, mantido e exercido como direito de cidadania, como direito que precisa ser democratizado e comunicado entre os diferentes grupos sociais existentes no Brasil. É por esse direito e luta que está apoiando ações de memória em comunidades de todo o Brasil. Estão em fase de consolidação 12 Pontos de Memória, situados em comunidades populares nas cidades de Belém- PA, Belo Horizonte – MG, Brasília – DF, Curitiba – PR, Fortaleza – CE, Maceió – AL, Porto Alegre – RS, Recife – PE, Rio de Janeiro, Salvador – BA, São Paulo – SP, Vitória – ES.

Também estão em desenvolvimento, com apoio do Ibram, iniciativas comunitárias a partir de realização de oficinas temáticas e consultorias técnicas e grupos envolvidos nas ações de preservação da memória local. Como exemplo de tais iniciativas, destacamos o Ecomuseu da Amazônia (Belém – PA), os Museus Sankofa da Rocinha e Vila do Horto (Rio de Janeiro – RJ) e o Museu Vivo do São Bento (Duque de Caxias – RJ).

O projeto é uma parceria do Ibram com os Programas Mais Cultura e Cultura Vida do Ministério da Cultura, com o Programa Nacional de Segurança com Cidadania do Ministério da Justiça e com a Organização dos Estados Ibero-americanos.