Trazer à tona a história social e cultural afro-brasileira com destaque para o legado dos inúmeros criadores da chamada diáspora negra nos domínios da música, artes plásticas e ativismo político do Brasil, entre outras searas: esta é a busca que motivou durante quatro anos pesquisa do artista plástico brasiliense Josafá Neves.
Resultado deste trabalho e já vista por grande público em outras cidades, a exposição Diáspora chega ao Museu da Abolição/Ibram, em Recife (PE), nesta sexta-feira (16).
A mostra apresenta 30 obras – entre painéis, telas e esculturas – que retratam personalidades negras com legado imensurável para a formação da cultura nacional. O patrimônio imaterial e símbolos da religiosidade de matriz africana também estão representados.
Todo o prédio que abriga o Museu da Abolição, situado em casarão do século XVII pertencente a antigo engenho de açúcar, foi mobilizado para receber a exposição, em que retratos de ícones como Pixinguinha, Elza Soares, Itamar Assumpção, Milton Santos, Luiz Gonzaga e Mãe Stella de Oxóssi dividem espaço com esculturas de orixás e telas que retratam antigos navios negreiros, entre outros temas.
Das raízes ancestrais e míticas à atualidade, com passagem crítica sobre uma história de violência, racismo e silenciamento, a exposição permite entrever como a dispersão dos negros pelo Brasil frutificou uma suntuosa herança cultural que se traduz em inúmeras expressões.
Diáspora fica em cartaz até 27 de maio de 2017, no Museu da Abolição (Rua Benfica, 1150 – Madalena), na capital pernambucana.
Texto: Ascom/IbramFoto: Divulgação