Criado para preservar e difundir a obra de um dos grandes nomes da nossa pintura, o projeto Portinari completa 40 anos, que serão comemorados com lançamento de livro de poesias e exposição de um dos maiores artistas brasileiros, no próximo dia 25 de junho, terça, às 18h, no Museu Nacional de Belas Artes/Ibram. O evento é promovido pela Funarte, órgão do Ministério da Cidadania.
Tida como a segunda casa de Portinari (Brodowski, 1903 – Rio de Janeiro, 1962), a Escola Nacional de Belas Artes assistiu, desde os seus 15 anos de idade, o aperfeiçoamento do artista, no local que hoje abriga o Museu Nacional de Belas Artes.
No lançamento da Funarte, o livro Poemas de Portinari, em nova edição ilustrada, testemunha os últimos anos do artista, que passou a escrever poesia, sem a pretensão de publicar. Foi por insistência do amigo e escritor Antonio Callado, que Candido Portinari decidiu aprovar a edição de uma seleção, que saiu em 1964, dois anos após a morte do autor, pela José Olympio Editora.
Se a primeira edição saiu “sem ilustrações”, conforme decretara Candinho, que não queria se aproveitar da boa fama de pintor para vender o livro, a reedição da Funarte, porém, tem novidades. Exibe uma vasta pesquisa empreendida pelo Projeto Portinari para encontrar as pinturas mais apropriadas para ilustrar os poemas.
Em paralelo ao lançamento da publicação, que agora conta com nova apresentação do presidente da Academia Brasileira de Letras, Marco Lucchesi, o MNBA abre uma exposição com obras de Portinari que pertencem a seu acervo, além de fotografias e outras relíquias sob a guarda do Projeto Portinari. Dentre os destaques da exibição, o monumental quadro “A Primeira Missa no Brasil”, pintado em 1948, quando Portinari estava no exilio, no Uruguai.
Nascido em berço humilde, filho de imigrantes italianos, Candido Portinari (1903-1962), mostra em cores fortes a pobreza, as dificuldades e a dor do seu povo. Desenvolvendo esta temática numa época em que se verifica uma notável mudança na atitude estética e na cultura do País, Portinari torna-se um dos maiores pintores do seu tempo. Contudo, por seu envolvimento com o Partido Comunista, foi perseguido e chegou a se exilar por certo tempo no Uruguai. Morre no dia 6 de fevereiro de 1962, vítima de intoxicação pelas tintas.
Texto: Assessoria de Comunicação do Museu Nacional de Belas Artes.