Grande Bom Jardim discute importância do Ponto de Memória na localidade

publicado: 22/03/2010 13h40,
última modificação: 06/04/2011 13h42

Criado “grupo animador” para mobilizar outros segmentos da comunidade

Lideranças dos cinco bairros do Grande Bom Jardim, em Fortaleza – CE, reuniram-se nesta terça-feira, 16 de março, com a equipe do projeto de Pontos de Memória, no Centro de Defesa da Vida Herbert de Souza – CDVHS, para discutir o desenvolvimento da iniciativa de Memória Social na localidade. A reunião também contou com a participação do historiador Projeto Historiando, João Paulo Gomes, e de André , da Secretaria de Cultura de Fortaleza.

Durante a apresentação do projeto, a coordenadora da CDVHS, Marileide Luz, enfatizou a importância de se pensar a memória como uma mecanismo de afirmação de identidade e mudança. “ Sei que a questão da memória é importante. Gostaria que nossa identidade fosse percebida e fôssemos lembrados como sujeitos de nossa própria história de luta.”

O representante da associação ACOJARD Francisco Macedo levantou a necessidade da comunidade perceber a importância de se conhecer a história de onde se vive. “Quando temos dificuldade de contar nossa história, temos dificuldade de lidar com a realidade e transformá-la. Podemos estar hoje pagando por um erro do passado, por não termos contado nossa história.”

Citando as experiências com a criação de museus comunitário indígenas no Ceará, o historiador João Paulo Gomes falou sobre como a memória é importante na luta das comunidades. “ Os índios já perceberam a importância da memória na preservação da diversidade étnica, no processo de organização e afirmação. Essa iniciativa, construída por todos vocês, só trará benefícios, contem com meu apoio.”

O representante da Secretaria de Cultura do Ceará também apoiou a iniciativa. “Com o Sistema Municipal de Museus de Fortaleza, que está em fase de implantação, poderemos apoiar o museu comunitário não só com aporte logístico, mas também financeiro.”

Ao final da reunião, as lideranças elegeram um “grupo animador”, para mobilizar outras representações da comunidade e dar prosseguimento aos encaminhamentos do projeto até que se crie um conselho gestor do Ponto de Memória do Grande Bom Jardim.

Grande Bom Jardim – A região possui cerca de 175 mil habitantes e é constituída por cinco bairros. Tem uma vasta rede de entidades e associações que desenvolvem ações sócioeducativas e culturais.

Pontos de Memória – O projeto tem como meta valorizar as ações de memória desenvolvidas pelas comunidades, valorizando as diferentes narrativas dos moradores, suas trajetórias de vida, expressões culturais e anseios. Também é sua função mostrar que os museus podem trabalhar de forma ímpar na desmitificação da imagem dessas localidades associada a guetos de violência, revelando a toda população que esses territórios são locais de convivência convidativos, de vasta riqueza cultural, e, sobretudo, que refletem o cidadão ao mesmo tempo em que o instiga a refletir sobre sua realidade.

O projeto é resultado da parceria entre o Programa Mais Cultura, do Ministério da Cultura, através do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), e do Programa Nacional de Segurança com Cidadania (Pronasci), do Ministério da Justiça, com apoio da Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI).