O Instituto Brasileiro de Museus alerta os museus do país a revisarem, neste começo de ano, seus planos de combate a incêndio e segurança. O Ibram/MinC enfatiza a importância das instituições museológicas se atentarem para essa questão. O Brasil irá receber grandes eventos internacionais, como a Copa das Confederações, Copa do Mundo e Olimpíadas, o que resultará num aumento de público nos próximos anos.
De acordo com o Estatuto de Museus (Lei 11.904, de 14 de janeiro de 2009):
Art. 19. Todo museu deverá dispor de instalações adequadas ao cumprimento das funções necessárias, bem como ao bem-estar dos usuários e funcionários.
Art. 20. Compete à direção dos museus assegurar o seu bom funcionamento, o cumprimento do plano museológico por meio de funções especializadas, bem como planejar e coordenar a execução do plano anual de atividades.
Art. 23. Os museus devem dispor das condições de segurança indispensáveis para garantir a proteção e a integridade dos bens culturais sob sua guarda, bem como dos usuários, dos respectivos funcionários e das instalações.
Parágrafo único. Cada museu deve dispor de um Programa de Segurança periodicamente testado para prevenir e neutralizar perigos.
Em 2011, foi organizado, em Brasília, um evento sobre Gestão de Riscos. O seminário, resultado de uma ação conjunta do Programa Ibermuseus com a OEI (Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura) e o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram/MinC), contou com o patrocínio da Fundação Getty e trabalhou na cooperação regional e na busca de ações articuladas na proteção e gestão do patrimônio dos governos da região. As palestras abordaram aspectos teóricos, mas também deram exemplos ilustrativos vinculados ao diagnóstico e análise de riscos, às ações preventivas, às ações objetivas no momento do desastre e às ações de resgate e de recuperação.
No mesmo ano o Ibram lançou a publicação Segurança em Museus – Cadernos Museológicos Volume 1, que foi enviada para todos os museus brasileiros e que está disponível, na íntegra, na página do Ibram.
A publicação trata não só do furto e do roubo, como de atos de vandalismo e terrorismo, bem como acidentes provocados pela ação humana e pela ação da natureza, tais como: terremotos, nevascas, maremotos, enchentes, raios, deslizamentos de pedras e terras e outros.
É importante destacar que a segurança do museu depende fundamentalmente de pessoas bem treinadas, bem preparadas e comprometidas com a sua missão. Procedimentos simples como controle do claviculário, ronda diária, vistoria do livro de assinaturas e do livro de comentários, acompanhamento e controle dos seguranças terceirizados, atenção redobrada nas trocas de turnos, treinamento com extintores vencidos, acompanhamento das previsões meteorológicas, construção de um plano de retirada de pessoas e de um plano de retirada de obras são fundamentais para a segurança do museu.
No primeiro semestre de 2013, será lançado o Programa de Gestão de Riscos ao Patrimônio Musealizado. A implantação de um plano de gestão de risco ao patrimônio musealizado tem por objetivos subsidiar as estratégias de ação do Ibram e orientar o conjunto dos museus brasileiros no que toca ao planejamento de ações que visam minimizar perdas faces aos riscos e ameaças mais comuns, que podem afetar tanto os prédios onde estão instalados quanto suas coleções. Este é um dos temas dos acordos de cooperação assinados com os estados durante o Conexões Ibram. Já foram assinados acordos com 17 estados.
Dentro do programa, está previsto para março de 2013, um treinamento para todas as equipes de conservação e segurança dos museus e especialistas indicados pelos gestores públicos dos estados, ministrado pela especialista da Unesco, Cristina Menegazi.