O Museu do Açude (Ibram/MinC) inaugurou sua programação 2015 de instalações temporárias neste domingo (29), com a abertura ao público da obra Malha Atlântica, do artista Ricardo Ventura.
Ventura pendurou cerca 60 ânforas em árvores localizadas em uma clareira no parque florestal do Museu. Suspensos por fios de aço, os objetos produzem uma espécie de jogo mágico com os raios de luz do sol, vento e o movimento dos galhos, e, em particular com o balanço de seu suporte, os palmitos-juçara. Em um uma pequena escavação na trilha da clareira, Ventura coloca outras ânforas em madeira e em cobre aramado.
Para o crítico de arte Marcelo Campos, “a obra de Ricardo Ventura funciona mesclando o sublime e o religioso. Como em qualquer ambiente mítico, somos convidados ao centro para experimentar a luz, ouvir o vento nas folhas, habitar, sem muros, a natureza”, diz.
E continua: “uma dupla sensação parece nos dominar. Permanecemos protegidos pela luz, a ‘luz’, metáfora da ilusão iluminista sobre o esclarecimento das enciclopédias que definiam o mundo a nossa volta. Em contraposição, avançamos sobre o proibido, adentramos um núcleo pouco acessível e podemos ser o que somos, pura natureza”.
Malha Atlântica está incluída no circuito de Projetos Temporários de instalações de arte contemporânea do Museu do Açude, do qual participaram Carla Guagliardi e Tatiana Grinberg (2013 e 2014). Neste ano, além da obra de Ventura, o Museu apresentará o trabalho de João Modé.
Os Projetos temporários dialogam com do Espaço de Instalações Permanentes, composto por obras de Iole de Freitas, Anna Maria Maiolino, Helio Oiticica, Lygia Pape, Nuno Ramos, Piotr Uklanski e Eduardo Coimbra, com curadoria de Marcio Doctors. Uma iniciativa inédita que une arte contemporânea e meio ambiente tornando a Floresta da Tijuca um sitio para experimentações artísticas. Saiba mais.
Texto: Divulgação Museu do Açude
Edição: Ascom/Ibram
Foto: Vicente de Mello