O tema Museus e suas memórias guia as atividades para a 11ª Primavera dos Museus – que acontece entre 18 e 24 de setembro de 2017.
Os museus ligados ao Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), que coordenada a temporada nacional de eventos, têm desenvolvido ações que buscam a preservação da memória institucional enquanto parte legítima de suas histórias.
A trajetória dos Museus Castro Maya, no Rio de Janeiro (RJ), por exemplo, remonta diretamente à memória de Raymundo Ottoni de Castro Maya (1884-1968).
Industrial, editor de livros, esportista, defensor do patrimônio histórico, artístico e natural cariocas e, especialmente, colecionador de arte, seu acervo deu origem às duas instituições reunidas nos Museus Castro Maya: Museu da Chácara do Céu, no bairro de Santa Teresa, e Museu do Açude, no Alto da Boa Vista.
Histórias entrecruzadas
Os dois espaços foram residências de Castro Maya. O estilo refinado do mecenas ficava visível quando realizava recepções para personalidades mundiais e amigos no Rio.“Este período está registrado no primeiro livro que publicamos, em 1997, sobre nosso patrono – Castro Maya, anfitrião”, explica Vera Alencar, diretora dos museus.
“A publicação foi o início de uma série editorial que não só revela os múltiplos aspectos da atuação de Castro Maya na vida da cidade, como também resgata parte da memória dos museus, através das diferentes facetas de sua personalidade”, acrescenta.
Por meio da produção editorial tem sido abordados aspectos relevantes: Castro Maya, bibliófilo; Castro Maya, colecionador de Debret; Castro Maya, colecionador de Portinari e Castro Maya e a Floresta da Tijuca são publicações que conectam a história de Castro Maya com os acervos das instituições. Conheça essas e outras publicações na Livraria do Ibram.
A exposição permanente Retratos de Raymundo, que recepciona os visitantes no Museu do Açude, faz um recorte dessas diversas facetas do colecionador carioca.
Memória audiovisual
Além dos livros, três filmes também registram aspectos da memória dos museus. O mais antigo deles, O olhar de Castro Maya (2004), foi dirigido por Sylvio Tendler a partir de filmes 16mm realizados por Castro Maya entre 1930 e 1960.
Já em 2016, o documentário Castro Maya, carioca da perfeição, também sob direção de Tendler, retomou parte das imagens de arquivo e propôs uma nova abordagem para a relação entre memórias e acervos.
Outro documentário que vale o registro é Museus Castro Maya (2008), realizado por Marco Altberg, e que faz um recorte mais ligado às instituições.
Outros dois projetos que também se relacionam à memória dos museus são o Encontro de Colecionadores e Os amigos da gravura.
O primeira convida colecionadores particulares ou instituições para exposições na Chácara do Céu, com o propósito de estabelecer um diálogo entre acervos e coleções, intercalando memórias e permitindo novas leituras.
O segundo, criado pelo próprio Castro Maya em 1948, convida artistas para participar com um trabalho inédito em gravura, com tiragem limitada, que é incorporado ao acervo do museu.
Conheça mais sobre os Museus Castro Maya e assista episódio do programa Conhecendo Museus. Saiba como participar da 11ª Primavera dos Museus.
Texto: Ascom/Ibram
Fotos: Museus Castro Maya/Divulgação
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