O Conjunto relativo às viagens do imperador d. Pedro II pelo Brasil e pelo mundo, do acervo do Museu Imperial/Ibram, foi aprovado no Registro Memória do Mundo da Unesco (MOW) pela diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura, Irina Bokova, após a recomendação do Comitê Internacional Consultivo do Programa Memória do Mundo da Unesco – reunido em Gwangiu, República da Coreia, entre os dias 18 e 21 de junho.
A ministra da Cultura, Marta Suplicy, comemorou: “a partir da decisão de buscar o reconhecimento internacional do nosso patrimônio, obtivemos também os títulos do Rio de Janeiro como Patrimônio Cultural da Humanidade e do Frevo como Patrimônio Imaterial. Estamos no caminho certo. Precisamos continuar trabalhando pela valorização da cultura brasileira”, expressou.
Documentação
O conjunto documental é formado por 44 diários de d. Pedro II e 10 diários da imperatriz d. Teresa Cristina, além de diários de viagem de Luísa Margarida de Barros Portugal, a condessa de Barral, e de Luís Pedreira do Couto Ferraz, o barão do Bom Retiro, que integravam habitualmente a comitiva do imperador.
É composto ainda por correspondências, itinerários de viagem, livros de visitas e registros de contatos do imperador, relatórios de despesas da Mordomia da Casa Imperial do Brasil, jornais e outros periódicos, panfletos, programas, saudações e homenagens, convites, desenhos e fotografias, totalizando 2.210 documentos.
A documentação faz parte da série Viagens do Imperador – 1840-1913, que integra o fundo Arquivo da Casa Imperial do Brasil, doado ao Museu Imperial em 1948 pelo príncipe d. Pedro Gastão de Orelans e Bragança, bisneto de d. Pedro II.
Os registros são fontes primárias produzidas e recebidas por d. Pedro II em um momento de profundas transformações históricas que tratam dos referenciais culturais da modernidade a partir da perspectiva de um observador privilegiado – o imperador do Brasil – e de seus interlocutores: Victor Hugo, Alessandro Manzoni, Alfred Nobel, Louis Pasteur, Henry Longfellow, Richard Wagner, Louis Agassiz, etc.
Com a premiação, o Museu Imperial passa a ser a primeira dentre as unidades museológicas do Instituto Brasileiro de Museus, do Ministério da Cultura, a receber a importante chancela da Unesco.
Memória do Mundo
O Programa Memória do Mundo foi criado em 1992 com o objetivo de identificar documentos ou conjuntos documentais que apresentem valor de patrimônio da humanidade. Esta nominação, focada na salvaguarda e difusão de registros textuais, iconográficos, cartográficos e audiovisuais, visa chamar a atenção para a importância da preservação, divulgação e acessibilidade dos acervos documentais e equivale à conferida pela Unesco aos bens culturais arquitetônicos, paisagísticos e artísticos.
Texto e fotos: Divulgação Museu Imperial