Ministério da Cidadania realiza seminário para debater proteção do patrimônio

publicado: 26/06/2019 15h42,
última modificação: 27/01/2020 15h47

O Ministério da Cidadania organizou, na tarde desta terça-feira (25), o Seminário Prevenção e Gerenciamento de Riscos para o Patrimônio Cultural. O objetivo do encontro foi difundir conhecimento sobre prevenção e gestão de riscos para servidores da Pasta e de suas instituições vinculadas. Foram palestrantes Christopher Marrion, especialista norte-americano em gestão de riscos contra incêndios; Taís Valente, coordenadora de Preservação e Segurança do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram); e Andrey Schlee, diretor do Departamento de Patrimônio Material e Fiscalização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Secretário Henrique Pires (segunda da esquerda para a direita) destacou a importância de medidas de prevenção para a preservação do patrimônio nacional (Foto: Clara Angeleas/Ministério da Cidadania)
Secretário Henrique Pires (segunda da esquerda para a direita) destacou a importância de medidas de prevenção para a preservação do patrimônio nacional (Foto: Clara Angeleas/Ministério da Cidadania)

A abertura do evento foi feita pelo secretário-executivo adjunto do Ministério da Cidadania, Felipe Sigollo. Ele ressaltou a parceria com o Ministério da Justiça para o financiamento de projetos para revitalização de museus, bibliotecas e imóveis tombados com recursos provenientes do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (FDD), que aportou mais de R$ 200 milhões para 29 iniciativas ligadas à área cultural. “Uma boa notícia que eu posso trazer é que estamos trabalhando junto à presidência do Fundo para apresentar um edital exclusivo os museus estaduais e municipais no segundo semestre deste ano”, informou.

Também presente ao Seminário, o secretário especial da Cultura do Ministério da Cidadania, Henrique Pires, destacou a importância de medidas de prevenção para a preservação do patrimônio nacional. Durante sua fala, Pires saudou funcionários e servidores de museus do Ibram e de instituições como a Biblioteca Nacional e a Fundação Casa de Rui Barbosa, que se adiantaram e preparam projetos para implantação de sistemas de segurança, antes mesmo de terem recursos disponíveis para executá-los. “Esses servidores fizeram o trabalho de casa e, quando veio a oportunidade do Fundo dos Direitos Difusos, eles tinham os projetos e planos prontos e, por essa razão, foi possível conseguir os recursos que permitirão a realização das obras”, afirmou.

Redução de riscos

Responsável pela palestra Segurança Contra Incêndios em Bens Patrimoniais, Christopher Marrion é diretor e fundador da consultoria Marrion Fire & Risk, com extenso trabalho na área de gestão de desastres, capacitação e educação com o objetivo de desenvolver códigos de conduta e padrões de segurança. Em sua fala, Christopher mostrou aos presentes quais fatores devem ser considerados quando da elaboração de um plano de mitigação de riscos e de combate a incêndios.

De acordo com o especialista, o tempo é um dos fatores preponderantes no combate ao fogo. Criar estratégias para comunicar os indícios de fogo para os funcionários e para as brigadas de combate a incêndios é, desse modo, um dos pontos principais para que se possa evitar e reduzir os estragos.

Taís Valente, coordenadora de Preservação e Segurança do Ibram, mostrou aos presentes o Plano de Gestão de Riscos ao Patrimônio Musealizado Brasileiro.
Taís Valente, coordenadora de Preservação e Segurança do Ibram, mostrou aos presentes o Plano de Gestão de Riscos ao Patrimônio Musealizado Brasileiro.

Gestão de riscos

A coordenadora de Preservação e Segurança do Ibram, Taís Valente, mostrou aos presentes o Plano de Gestão de Riscos ao Patrimônio Musealizado Brasileiro. Criado com base em protocolos da Nova Zelândia e da Austrália, o Plano tem como objetivo fornecer diretrizes estratégicas para que os 30 museus que estão sob a gestão da autarquia possam desenvolver e implementar seus próprios planos de prevenção de riscos. Atualmente, nove museus já tiveram seus planos implantados e aprovados pelas brigadas de suas cidades e estados. Outros 15 já estão com os projetos aprovados, em execução ou aguardando recursos e quatro estão elaborando os planos.

Diversidade legislativa

Representante do Iphan, Andrey Schlee falou sobre as dificuldades que os funcionários do instituto enfrentam diante da diversidade de legislações que estabelecem medidas de segurança para o patrimônio material. Cada estado possui a sua e, em geral, não preveem ações de combate a incêndio e outros desastres em edifícios tombados. Cabe aos funcionários do Iphan dialogar com as brigadas em cada local para buscar soluções adaptadas aos diferentes edifícios.

Ele também ressaltou que, diante do incêndio do Museu Nacional, criou-se a consciência de que é necessário proteger o patrimônio cultural, artístico e histórico. Desse modo, a tarefa de zelar por esses bens, que antes era quase que exclusivamente executada pela autarquia, foi abraçada por outros órgãos públicos, dando mais fôlego para a proteção ao Patrimônio Nacional.

Também estiveram presentes ao Seminário o secretário de Difusão e Infraestrutura Cultural do Ministério da Cidadania, Paulo Nakamura, que integra o GT do Patrimônio; e representantes da embaixada dos Estados Unidos, responsável pela vinda de Christopher ao Brasil, e de instituições como a Biblioteca Nacional, Arquivo Nacional, Ibram e Iphan.

Texto: Assessoria de Comunicação da Secretaria Especial da Cultura / Ministério da Cidadania
Edição: Assessoria de Comunicação do Instituto Brasileiro de Museus