O Museu da Abolição (MAB/Ibram) lançou, nesta terça-feira (18), seu novo site institucional, onde também disponibilizou seu acervo museológico online. São cerca de 300 objetos disponíveis para consulta na web, por meio da plataforma Tainacan. Tal ação foi realizada no âmbito das comemorações da 19 Semana Nacional de Museus.
O conjunto de objetos disponibilizados conta com a coleção inicial de peças adquiridas, em sua a maioria, em antiquários ou por meio de doações entre os anos de 1983 e 1989, relacionadas ao cotidiano da casa grande e senzala, como objetos de punição, peças religiosas, objetos decorativos, selos e moedas em alusão a abolição.
Outras fazem parte da coleção formada por transferências oriundas da Receita Federal, a partir da Lei n.º 12.840 de julho de 2013, composta por objetos étnico-africanos, tais como máscaras, esculturas, obras de arte contemporânea de alguns artistas brasileiros, e outros objetos artísticos, religiosos e culturais representativos da cultura material afro-brasileira.
O registro fotográfico do acervo foi executado por um profissional especializado, visando a criação de um banco de imagens em alta resolução, o que possibilitou a disponibilização de todo o acervo museológico do MAB de forma qualificada e segura.
Conheça o acervo museológico do Museu da Abolição.
Sobre o MAB
Inaugurado em 13 de maio de 1983, com a exposição “O Processo Abolicionista Através dos Textos Oficiais”, o acervo do Museu da Abolição nesse período seguia as linhas dessa exposição inaugural, priorizava o olhar senhorial na seleção dos objetos, nos recortes históricos e no discurso estabelecido, e excluía os grupos sociais diretamente afetados pelo processo abolicionista e a sua participação e visão desse processo.
Após o fechamento do museu por iniciativa da própria administração, em 2005, o MAB se “reinventou” e buscou refletir sobre a temática da Abolição e sobre as expectativas da comunidade afrodescendente em relação à instituição, estabelecendo para si um compromisso com a preservação, pesquisa, divulgação, valorização e difusão da memória, dos valores históricos, artísticos e culturais, e do patrimônio material e imaterial dos afrodescendentes, além de constituir parcerias com instituições públicas e privadas e, sobretudo, com os movimentos sociais.
O Museu busca evidenciar novas perspectivas e olhares sobre a população negra e o seu processo emancipatório, a fim de firmar-se como um centro de referência da cultura afro-brasileira. A abertura da “Exposição em Processo”, em 2010, foi um marco na consolidação das expectativas do museu.