O Museu da República, situado no Rio de Janeiro (RJ) e integrante da rede Ibram, adquiriu nos últimos dias o quadro “Barão e Baronesa de Nova Friburgo”, de autoria do pintor alemão Emil Bauch, obra que possui conexão estreita com a história da instituição.
Datado de 1867, o óleo sobre tela de 3,90×2,94m retrata o casal Antônio Clemente Pinto e Laura Clementina da Silva, moradores originais do Palácio do Catete – que, a partir de 1887, tornou-se a sede do poder executivo brasileiro e residência oficial da Presidência da República, funções que abrigou até 1961, com a transferência da capital federal para Brasília (DF).
O quadro pertencia desde 1920 ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) e encontrava-se desde 1974 sob a guarda do Museu da República, em caráter de comodato, e em exposição permanente no Palácio do Catete. Sua incorporação definitiva ao acervo do Museu da República integra política de regularização de uma série de bens culturais sob a guarda da instituição, que pertence à rede Ibram.
A aquisição da obra, efetuada após avaliação de empresa especializada pelo valor de R$ 450 mil, foi realizada através de dispensa de licitação, conforme a Lei nº 8.666/93, com recursos provenientes do Fundo Nacional de Cultura.
A avaliação do quadro, que lhe concedeu parecer de autenticidade, levou em conta aspectos temáticos, técnicos, estéticos e formais, e incluiu análise comparativa por meio de imagens fotográficas, exame com lentes de aumento, aplicação de luz ultravioleta e consulta bibliográfica e documental.
O autor
Pintor de paisagens, cenas de gênero e retratos, litógrafo e aquarelista, Emil Bauch nasceu em Hamburgo (Alemanha) em 1823 e faleceu no Rio de Janeiro provavelmente na década de 1890.
O retrato dos Barões de Nova Friburgo é considerado um dos mais significativos da retratística brasileira do século XIX, mais especificamente da iconografia da nobreza cafeeira do Vale do Paraíba, com importante influência nos meios políticos e sociais do Rio de Janeiro.
A obra faz parte de um amplo projeto civilizatório e de autoafirmação do fazendeiro e comerciante Antonio Clemente Pinto, verdadeiro self-made man oitocentista de origens simples que acabou tornando-se dono de uma das maiores fortunas da época.