Nos dias 20 a 27 de novembro, o Museu do Diamante vai sediar a exposição coletiva Semana de Arte e Política: feminismos e negritudes – Comigo ninguém pode, do laboratório de montagem cênica da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM).
O evento é fruto de uma pesquisa transdisciplinar realizada pelo Laboratório de Montagem Cênica da UFVJM em parceria com o núcleo sócio educacional contra violência a mulher, o núcleo de estudos afro brasileiros e indígenas e a delegacia especializada em atendimento à mulher em Diamantina (MG).
“Comigo ninguém pode” é o nome popular de uma planta amazônica da família das aráceas que possuem folhas verdes com máculas brancas irregulares. Cáustica e venenosa, se ingerida pode matar. Pelas tradições orais, a planta é colocada na porta de casa para afastar as energias pesadas e negativas. Assim, a comigo-ninguém-pode é uma planta de poder, tornando-se em si, também, uma reza, uma mandinga, uma benção. Um dispositivo natural de proteção e abertura dos caminhos.
A exposição é uma autodeclaração afirmativa em favor das vidas e das liberdades dos corpos. Corpos que a sociedade insiste em colocar em condição de risco, de marginalização. Corpos invisibilizados e silenciados historicamente. Corpos que não aceitam condições de sobrevivência e exigem para si e para os seus a possibilidade de uma existência plena e digna.
As ações formativas, obras e apresentações artísticas atreladas ao projeto surgiram a partir de uma série de atividades realizadas ao longo dos dois últimos anos pelo laboratório de montagem cênica da UFVJM, entre elas, recentes visitas realizadas à casa de dona Miúda, conhecida benzedeira do Distrito de São João da Chapada, em Diamantina. Por sua história de luta em favor da manutenção de seus conhecimentos ancestrais, dona Miúda é a grande homenageada nesta primeira edição do evento.
O Museu do Diamante funciona de terça a sábado, das 10h às 17h; domingos e feriados, das 9h às 13h.
Imagem: Exposição Comigo ninguém pode / Museu do Diamante / Foto de Liliane Lopes