O Museu Nacional de Belas Artes/Ibram, no Rio de Janeiro, abre duas mostras na próxima semana. No dia 3 de setembro, será inaugurada a exposição Narrativas Poéticas – Coleção Santander Brasil, e no dia 4 O que se vê.
Em O que se vê, 82 trabalhos em preto e branco da fotógrafa argentina Adriana Lestido, cobrindo um rico período de produção que vai de 1982 até 2005. Temas como a infância desamparada, a maternidade em situações críticas, mães presas, mães adolescentes, a relação mãe-filha, o amor e a natureza, são alguns dos focos de Adriana.
Referência na fotografia argentina, Adriana Lestido possui extenso currículo com exposições realizadas em países como Alemanha, França, Inglaterra, Escócia, México, Estados Unidos, Suécia e Colômbia, por exemplo. Suas obras enriquecem acervos como os do Museu de Bellas Artes (Buenos Aires), Fondation Cartier (Paris, França), Museum of Fine Arts (Houston, Texas, EUA), Hasselblad Center (Goteborg, Suécia), entre outros, incluindo diversos acervos privados.
Antes de chegar ao Rio de Janeiro, a exposição O que se vê, originalmente Lo que se vê, já esteve em Buenos Aires e em seguida foi exibida no Museum Africa, em Johanesburgo (África do Sul).
Narrativas Poéticas – Coleção Santander Brasil, proporciona um rico diálogo entre artes plásticas e poesia, tendo Helena Severo como curadora geral. Com percurso livre, a exposição tem como objetivo oferecer múltiplas possibilidades de leitura para as obras do acervo do Santander, com o apoio narrativo de fragmentos de poemas selecionados.
Esta é a primeira exposição itinerante com obras da Coleção Santander Brasil. Entre as 54 obras de 36 artistas que fazem parte da exposição, destacam-se as de expoentes do Modernismo brasileiro, como Candido Portinari, Emiliano Di Cavalcanti, Alfredo Volpi, Tomie Ohtake e Cícero Dias e também alguns trabalhos recentes, de artistas como Tuca Reinés, Flavia Metzler, Fernanda Rappa e Renata de Bonis.
O poeta, filósofo e ensaísta Antonio Cicero, em parceria com o também poeta Eucanaã Ferraz, é responsável pela seleção de 48 fragmentos de poemas de 26 grandes poetas brasileiros, como Carlos Drummond de Andrade, Vinicius de Moraes, Ferreira Gullar, Alice Ruiz, João Cabral de Melo Neto entre outros.
Outro diferencial da exposição é a inclusão de obras reproduzidas em alto relevo para vivências táteis de pessoas com deficiência visual. São cinco totens em resina de pinturas selecionadas, que poderão ser manipulados. As obras escolhidas foram Baile no Campo, de Cícero Dias; Figura, de Milton Dacosta; Paisagem, de Francisco Rebolo; Barcos, de Arcangelo Ianelli e Série Amazônica, de Ivan Serpa.
Narrativas Poéticas já passou por Porto Alegre, Brasília, Belo Horizonte, São Paulo, Recife, Fortaleza, Salvador e João Pessoa com registro de mais de 250 mil visitantes nas sete capitais, desde 2013. O Rio de Janeiro foi escolhido para encerrar o ciclo do projeto e marcar as comemorações de aniversário de 450 anos da cidade.
Texto: Ascom MNBA (edição Ascom Ibram)