Nota do Ibram sobre Operação Antiquários da Polícia Federal

publicado: 18/01/2017 10h22,
última modificação: 20/01/2017 11h00

Na manhã desta quarta-feira (18), servidores do Museu Imperial, unidade do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram/MinC), acompanharam equipes da Polícia Federal no cumprimento de mandados de busca e apreensão nas cidades do Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP) e Salvador (BA).

A busca visou à apreensão de obras de arte que integram a Coleção Geyer, doadas em 1999 ao Museu Imperial/Ibram, cujo paradeiro está sendo investigado pela Policia Federal (RJ) desde 2014 –  ano em que morreu Maria Cecilia de Sampaio Geyer, viúva de Paulo Geyer, doadores da coleção.

A participação de técnicos do Ibram, a convite da Policia Federal, teve por objetivo assegurar a integridade dos bens culturais, a partir do acompanhamento e fiscalização das atividades de embalagem e transporte das peças.

Coube a eles o acompanhamento e fiscalização das atividades de embalagem e do próprio transporte a museus que ficarão com a custódia/guarda dos objetos apreendidos até o final das ações a cargo da Policia Federal e do Ministério Público Federal do Rio de Janeiro.

No total, 124 itens da coleção estão inseridos no Cadastro de Bens Musealizados Desaparecidos.

A Casa Geyer

Doada ao Museu Imperial pelo casal Maria Cecília e Paulo Fontainha Geyer em abril de 1999, a Casa Geyer se tornou uma subunidade do museu petropolitano. O tombamento de sua coleção foi aprovado em 4 de dezembro de 2014, em Brasília- DF, durante a 77ª Reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural.

A coleção reúne livros, álbuns, pinturas, gravuras, litografias, desenhos, mapas e demais objetos de arte reunidos durante 40 anos, totalizando 4.255 obras. Com o falecimento dos doadores, o Museu Imperial assumiu a coleção e a edificação que a abriga, localizada no Cosme Velho, aos pés do Cristo Redentor, tendo como objetivo principal torná-la espaço aberto ao público, cumprindo o desejo do casal.

Os futuros visitantes terão acesso a imagens do Rio de Janeiro real e imperial, seus logradouros, sua gente e natureza ali destacados. São 1.120 itens iconográficos produzidos por artistas de várias nacionalidades, 2.590 livros que enfatizam registros de viajantes e cronistas em terras brasileiras durante o século XIX.

Dentre os itens de arte decorativa, o total de objetos chega a 466, e é formado por quase 200 pinhas de cristal e vidro, móveis de madeira, em miniatura, trabalhados em marfim e a lanterna de prata que adornava a carruagem cerimonial de d. Pedro II, fazendo desse conjunto uma referência em nosso país.

A Coleção Geyer representa um fenômeno singular na história do Colecionismo nacional, pois é o resultado de uma meticulosa atividade de identificação, localização e captura de objetos de arte conduzida pelo gosto privilegiado de apreciadores das Belas Artes.  Assim, a Coleção Geyer é, ao mesmo tempo,um registro visual de um longo período da história nacional e um importante capítulo da história cultural brasileira contemporânea.

Texto: Ascom/Ibram