A nova exposição de longa duração do Museu Victor Meirelles (MVM/Ibram), em Florianópolis (SC), chama-se Entrelaços e mostra as relações do pintor catarinense Victor Meirelles (1832-1903) com o seu tempo.
Trata-se de um novo olhar sobre a vida e a obra do artista ao mesmo tempo em que apresenta diálogos com obras de artistas modernos e contemporâneos. A proposta da nova exposição é estimular o encontro de novos sentidos, correspondências e singularidades.
A exposição está dividida em quatro módulos principais. Inicia com Introdução, onde o artista é apresentado, e segue com os módulos Retratos, Paisagens e, por fim, Vestígios do Tempo.
Meirelles e Senise
Os retratos da arte brasileira do século XIX, em grande maioria, representavam a corte imperial e os nobres, que solicitavam por encomendas que os artistas pintassem seus retratos pessoais ou de família.
Com o advento da fotografia, a reprodução fiel da figura e do mundo na pintura foram alteradas. No Brasil, a arte, no reinado de Dom Pedro II, refletia ainda a influência da escola europeia. Desse período destaca-se a obra de Victor Meirelles, fiel aos princípios da Academia Imperial de Belas Artes. Neste módulo estão expostos alguns exemplos de retratos e paisagens – trabalhos que estão presentes em toda a obra do artista.
No módulo Vestígios do Tempo, que fecha a exposição, o observador está à frente da obra de Daniel Senise. Em um mergulho capaz de percorrer vários níveis de tempo e realidade, o artista explora o passado e cria planos sobre planos, desenvolvendo uma técnica de pigmentação dos tecidos usados na colagem, expondo-os ao contato com velhos pavimentos de madeira.
O estranhamento sugerido amplia-se pelo local em que a obra está exposta: a alcova da casa natal de Victor Meirelles. Cada uma das camadas possíveis suporta vestígios do tempo, remetendo também ao estranhamento de estarmos ‘colados’ em um sobrado do século XVIII. Saiba mais sobre o Museu Victor Meirelles.
Texto e foto: Divulgação MVM
Edição: Ascom/Ibram