O Museu Chácara do Céu, que fica no bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro, convidou o artista Marcos Chaves para ser o protagonista da primeira edição de 2016 do projeto Os Amigos da Gravura. O artista se inspirou em cenas sutis do dia a dia do bairro onde nasceu e viveu por mais de cinco décadas para a produção de seu mais novo trabalho. A obra Amoroso (foto) produzida a partir de uma fotografia de um bueiro na Rua Laurinda Santos Lobo, durante uma caminhada do artista pelo bairro, poderá ser vista de 14 de maio a 12 de setembro.
Além da gravura, o artista apresentará um painel inédito de 5,4 metros, que será montado numa das paredes da Chácara do Céu, composto de 12 imagens justapostas. As fotografias, todas tiradas da varanda de sua casa num belo pôr do sol de 2015, formam uma grande panorâmica com a vista do bairro. “Dá para ver o próprio museu no trabalho. Tenho uma relação afetiva muito forte com este espaço. Morei na mesma rua por 12 anos, fiz até aulas de tai chi chuan nos seus jardins”, conta.
Chaves iniciou sua atividade artística na segunda metade dos anos 1980. Sua obra se caracteriza pela utilização de diversas mídias, transitando livremente entre a produção de objetos, fotografias, vídeos, desenhos, palavras e sons. Participou da Manifesta7 – The European Biennial of Contemporary Art, na Itália, da 25ª Bienal Internacional de São Paulo, da 1ª e 5ª Bienais do Mercosul, em Porto Alegre, da 17ª Bienal de Havana, em Cuba, e da 3ª Bienal de Lulea, na Suécia. Também realizou exposições individuais e coletivas em importantes instituições no Brasil e no exterior, em países como Japão, Alemanha, Finlândia, Inglaterra, Estados Unidos e Tailândia.
Os Amigos da Gravura
A Sociedade dos Amigos da Gravura, criada por Raymundo de Castro Maya, nasceu com o objetivo de democratização e popularização da arte, sendo a gravura encarada como peça fundamental a serviço da comunicação pela imagem. “A cada ano, alguns artistas são convidados para participar com um trabalho inédito. A matriz e um exemplar são incorporados ao acervo do museu e a tiragem é limitada a 50 exemplares”, explica Vera de Alencar, diretora dos Museus Castro Maya.