O Museu Nacional de Bela Artes (MNBA/Ibram), no Rio de Janeiro (RJ), abriu nesta quarta-feira (28), a exposição Raimundo Cela – um mestre brasileiro. Trata-se de uma retrospectiva do artista cearense, falecido em 1954, na qual se apresenta um recorte expressivo da sua produção artística.
Raimundo Cela fez sua primeira exposição individual em 1945, no MNBA, durante a gestão de Oswaldo Teixeira.
Como lembra a atual diretora do museu, Monica Xexéo, “Cela, cujo trabalho é rigoroso, refinado e vibrante, possui uma trajetória própria e diferenciada de seus contemporâneos, como Antonio Bandeira e Aldemir Martins”, explica. “Exímio gravador, autor de escrita própria, suas obras, formalmente inovadoras, ultrapassam o tempo em que foram criadas”.
A exposição busca resgatar a obra de um realizador muito respeitado entre os estudiosos, mas pouco conhecido do público em geral.
Academicismo e abolição
São apresentadas cerca de 50 obras. Com curadoria de Denise Mattar, a mostra inicia com os primeiros trabalhos do artista, marcados pela influência do academicismo. Nessa fase, destaca-se a obra Último diálogo de Sócrates (1917), premiada no Salão Nacional de Belas Artes e que garantiu ao artista uma viagem a Paris, na França.
Um dos grandes destaques da exposição, o painel Abolição (1938), estará reproduzido na mostra em seu tamanho original. Primeiro estado brasileiro a abolir a escravatura, em 25 de março de 1884, o Ceará, também é retratado pelo artista através dos tipos da sua terra natal, representando pescadores, vaqueiros, rendeiras e os jangadeiros, como numa série de obras criadas entre 1940 e 1946.
A exposição Raimundo Cela – um mestre brasileiro fica em cartaz até o dia 20 de novembro de 2016 no MNBA (Av. Rio Branco, 199 – Cinelândia). Saiba mais.
Texto e imagem: Divulgação MNBA