Como parte das comemorações pelos quatro anos de sua criação, data também lembrada pela ministra da Cultura, Marta Suplicy, o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram/MinC) promoveu na tarde da última quarta-feira (23), a mesa-redonda Museu, memória e cidadania.
O debate contou com a participação do coordenador da Comissão Nacional da Verdade (CNV), Cláudio Fonteles, da historiadora e escritora Carolina Dellamore, e da professora Monique Batista Magaldi, do curso de Museologia da Universidade de Brasília (UnB). A mediação foi de Cícero Almeida, diretor do DPMUS/Ibram.
Abrindo a mesa, Cláudio Fonteles falou sobre o trabalho de pesquisa que a Comissão Nacional da Verdade vem realizando nos documentos sob a guarda do Arquivo Nacional, além da coleta de depoimentos e das iniciativas de preservação da memória relacionada ao período da ditadura militar no Brasil. Ouça a palestra de Fonteles com apresentação de José Nascimento Jr. – presidente do Ibram.
Autora do livro Marcas da clandestinidade: Memórias da ditadura militar brasileira, editado pelo Ibram, a historiadora Carolina Dellamore abordou a clandestinidade durante o regime militar, citando alguns dos depoimentos que subsidiaram a produção do seu livro. Ela ressaltou que a memória é espaço de disputas políticas e destacou o desafio da musealização da memória desse período. O áudio também está disponível.
Cidadania e parceria
A professora Monique Magaldi encerrou a mesa-redonda com reflexões sobre a relação entre museus e cidadania. Monique relembrou a invasão militar ao campus da UnB em 1968 e destacou a iniciativa do curso de Museologia de criar no campus da universidade um museu de percurso sobre o episódio. A palestra de Magaldi pode ser ouvida aqui.
“A reflexão sobre esse tema é estratégica para o Ibram e de suma importância para que possamos reconstruir esses momentos e fazer uma nova leitura da história brasileira”, disse José do Nascimento Jr.
A CNV já trabalha em parceria com o Ibram na realização de pesquisa no acervo do Museu Imperial (RJ). No local, há arquivos da Casa da Morte, que existiu em Petrópolis no período de 1964 a 1985.
A programação de comemoração aos quatro anos do Ibram contou ainda com o Cineclube Musas, que exibiu na tarde desta quinta-feira (24) os filmes Guernica (Alain Resnais, França, 1951) e Elegia de uma viagem (Alexander Sukorov, França, Países Baixos e Rússia, 2001).
Na sequência, a professora de Economia do Turismo do Departamento de Geografia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Diomira Pinto Faria, apresentou a tese Um museu: o que é desde a perspectiva econômica e do desenvolvimento regional? Uma aproximação a partir do museu-parque Inhotim.
A apresentação do trabalho foi feita por Álvaro Marins, coordenador de Pesquisa e Inovação Museal (CPIM/Ibram), e a mediação por Marcos Estevão, coordenador da de Estudos Sócio-Econômicos e Sustentabilidade (Ceses/Ibram).
Texto e fotos: Ascom/Ibram