Especialistas em museus e segurança se reuniram esta semana no Museu Nacional de Belas Artes (MNBA/Ibram) para participar do Seminário-oficina Preservação e Segurança em Museus: Introdução de Gestão de Riscos para Acervos Musealizados, promovido pelo Ibram/MinC, em parceria com o Ibermuseus e a Organização dos Estados Iberoamericanos (OEI).
O evento, que começou na quarta-feira (13) e será encerrado nesta sexta-feira (15), é ministrado pela técnica italiana especialista em gestão de risco ao patrimônio cultural Cristina Menegazzi.
Participam do seminário cerca de 50 pessoas, entre técnicos dos museus que integram a rede do Ibram e representantes das secretarias de Cultura dos estados, da Fundação Biblioteca Nacional (FBN/MinC) e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan/MinC).
Durante os dois primeiros dias, foram discutidas questões fundamentais que os museus precisam observar, refletir e definir para subsidiar a elaboração de um plano de gestão de riscos a seus acervos. A especialista convidada apresentou conceitos já consolidados na área de gestão e realizou exercícios e simulações de situações de emergência e de uso de equipamentos, de maneira a unir teoria e prática e interagir com os participantes.
Mesa de Debate
O seminário-oficina foi precedido da mesa de debate Gestão de Risco ao Patrimônio Cultura, aberta ao público e realizada na terça-feira (12). A mesa teve como debatedores, além de Cristina Menegazzi, o titular da Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Meio-Ambiente e o Patrimônio Histórico (Delemaph), da Polícia Federal (PF), Fabio Scliar; o diretor-geral do Serviço Técnico do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ), e a chefe da divisão de Preservação e Segurança do Ibram, Jacqueline Assis.
Menegazzi revelou um dado preocupante: o patrimônio cultural é cada vez mais vulnerável devido às mudanças climáticas no mundo, mesmo assim, o patrimônio cultural continua fora do rol de prejuízos das catástrofes naturais.
O delegado Scliar ressaltou o estreitamento crescente da cooperação entre o Ibram e a PF, citando exemplos como a apreensão do álbum Jazz, do artista suíço Matisse, agora sob guarda do MNBA. Ele também mencionou a escolta que seu grupamento realizou para a obra A Primeira Missa no Brasil, de Cândido Portinari, recentemente adquirida pelo Ibram e que foi escoltada no trajeto entre o banco Bradesco, na Candelária (região do centro do Rio de Janeiro), e o MNBA.
Jacqueline Assis detalhou as funções e a estrutura do Instituto e lembrou a assistência dada a entidades que passaram por situações de dano ou perda do seu patrimônio. Ela citou os exemplos do apoio ao artista Helio Oiticica, cujo acervo foi atingido por incêndio, e ao governo do Haiti, cuja capital, Porto Príncipe, foi abalada, em 2010, por um terremoto que destruiu o Museu de Arte Haitiana do Colégio de Saint-Pierre. A equipe do Ibram desenvolveu o projeto de reconstrução do Museu e fará ações de qualificação para os profissionais de museus daquele país.
A mesa de debate atraiu cerca de 70 pessoas entre representantes de museus e instituições culturais e estudantes.
Texto: Ascom/Ibram
Fotos: Divulgação