Seminário no Museu Victor Meirelles Discute a Guerra do Paraguai

publicado: 28/09/2015 09h48,
última modificação: 28/09/2015 09h48

Nosso Passado de Absurdos Gloriosos: Os 150 anos do Combate Naval do Riachuelo. Instigante como o próprio nome sugere, o Seminário que o Museu Victor Meirelles programou para o próximo dia 29 de setembro, terça-feira, às 14 horas, e que tem como pano de fundo a Guerra do Paraguai, tem como proposta abordar não só a faceta histórica específica da guerra e seus combates, mas também nos levar a refletir sobre a arte, a literatura e a política daquele período.

Os convidados expositores são o professor Waldir José Rampinelli, professor de História da América do Curso de Graduação em História da Universidade Federal de Santa Catarina-UFSC; Rita Matos Coitinho, mestre em Sociologia pela UnB e servidora pública do Museu Victor Meirelles; Sérgio Medeiros, professor do Programa de Pós-Graduação em Literatura da UFSC e Lúcia Klück Stumpf, mestre em Estudos Brasileiros pelo IEB/USP.

O Seminário foi concebido para ser um complemento da exposição Som e Fúria: a Guerra do Paraguai Descrita por Victor Meirelles, mostra que está atualmente ocupando todo o primeiro piso do museu e que apresenta obras e estudos do pintor catarinense retratando justamente o conflito.

São 19 obras pertencentes ao acervo do Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, que é correalizador da exposição, todas realizadas in loco quando o artista foi contratado pela Marinha Imperial para ir até o campo de batalha. Victor Meirelles embarcou para o Paraguai em 1868, ficando dois meses observando a movimentação da esquadra brasileira e realizando estudos para, posteriormente, pintar as duas telas famosas A Batalha Naval do Riachuelo e Passagem de Humaitá que foram expostas pela primeira vez na 22ª Exposição Geral da Academia, em junho de 1872.

Com o objetivo de recolocar em discussão a iconografia, a literatura, a história e o debate político sobre o assunto, o Museu Victor Meirelles buscou a realização do Seminário como forma de reunir pesquisadores para a comunicação junto ao público, de modo a abordar os diversos aspectos presentes na Guerra do Paraguai.

Os Convidados

 Waldir José Rampinelli é professor de História da América do Curso de Graduação em História da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Sua abordagem está apoiada na expressão A Guerra da Tríplice Infâmia, cunhada pelo historiador argentino Melcíades Peña, a partir da qual será analisada, de forma breve, a situação interna no Paraguai, bem como o expansionismo brasileiro no Rio da Prata e os interesses britânicos na região.

Rita Matos Coitinho, mestre em Sociologia pela UnB, desenvolveu em parceria com Nicole Isabel dos Reis a pesquisa Brasileiro ou Paraguaio? O Caso do Canhão El Cristiano e a Repatriação de Bens Culturais.

Sérgio Medeiros, professor do Programa de Pós-Graduação em Literatura da UFSC, escreveu o livro A Formiga-Leão e Outros Animais na Guerra do Paraguai, publicado pela Editora Iluminuras. Trata-se de um ensaio sobre o bestiário do Visconde de Taunay que lutou na Guerra do Paraguai e observou os animais que viviam na fronteira do Brasil com o Paraguai. Ele descreve com minúcia nos seus textos memorialísticos a “arma de guerra” da larva da formiga-leão, animal famoso por sua ferocidade e os botes da sucuri, serpente que ele observou de perto nos pantanais da província do Mato Grosso, na fronteira com o Paraguai. Militar e escritor, o Visconde de Taunay nasceu no Rio de Janeiro e foi presidente da província de Santa Catarina, além de ter sido o seu último senador, já no final do Império.

Lúcia Klück Stumpf é mestre em Estudos Brasileiros pelo IEB/USP e doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade de São Paulo, onde desenvolve pesquisa comparativa sobre a iconografia produzida a respeito da Guerra do Paraguai e da Guerra Civil Americana, sob a orientação da professora Lilia Katri Moritz Schwarcz. Em sua exposição, Artistas no Front: a Pintura de História na Guerra do Paraguai, Lúcia apresenta uma visão panorâmica da produção pictórica realizada no contexto da Guerra da Tríplice Aliança em cada um dos quatro países envolvidos, trazendo à tona as diferentes realidades artísticas locais e as questões políticas que permeavam esses ambientes artísticos na segunda metade do século XIX.

O Seminário Nosso Passado de Absurdos Gloriosos: Os 150 anos do Combate Naval do Riachuelo é uma atividade da Agenda Cultural e do Programa de Exposições do Museu Victor Meirelles e conta ainda com a parceria institucional do Museu Nacional de Belas Artes.

Ao final do evento será emitido certificado aos participantes. A entrada é gratuita.

 

Seminário

Nosso Passado de Absurdos Gloriosos: Os 150 anos do Combate Naval do Riachuelo

Dia 29 de setembro de 2015, às 14 horas

Museu Victor Meirelles

Rua Victor Meirelles, 59 – Centro – Florianópolis/SC

Tel.:  48 3222-0692

mvm@antigo.museus.gov.br

 

Texto: Ascom Museu Victor Meirelles