Moradores do Sítio Cercado, em Curitiba (PR), comemoraram na sexta-feira (16), a inauguração do Museu de Periferia (MUPE), com o a abertura da exposição Memórias e Sonhos do Sítio Cercado. A abertura contou com cerca de 70 participantes, dentre moradores, representantes de associações e entidades culturais e do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram/MinC).
A exposição narra, por meio de fotografias e objetos, a história da região – desde os desbravadores e proprietários do início do século XX à formação das 13 vilas que compõem atualmente o bairro. A partir da mostra é possível conhecer como viveram os pioneiros no período da ocupação, por meio da reprodução das barracas, dos utensílios e ferramentas, como cordas, que demarcavam o território, o megafone utilizado nos protestos de luta pela moradia. Faz ainda uma homenagem às primeiras lideranças comunitárias locais.
Dona Maria Helena Barbosa, moradora do Xapinhal há 31 anos, se emociona ao se reconhecer em uma foto no acampamento. “Naquela época era tudo muito difícil. Fico feliz de ver todas as conquistas que temos hoje no Sítio Cercado.”
A concepção e montagem da mostra, definida pelo conselho gestor do Ponto de Memória, também contou com apoio do cenógrafo Marcelo Pinto Vieira, do Museu da Maré (RJ).
Inspirado no Museu da Maré e Museu de Favela (MUF), do Rio de Janeiro (RJ), o Museu de Periferia vinha sendo articulado por moradores do bairro Sítio Cercado, em Curitiba desde 2009, a partir da oficina Museu, Memória e Cidadania, oferecida pelo Ibram/MinC. A proposta também recebeu apoio de artistas, entidades, associação de moradores, Associação Cultural de Negritude e Ação Popular e de articuladores do Museu da Maré e MUF.
De acordo com o conselho gestor, o MUPE pretende fortalecer a cultura da periferia, valorizando artistas locais, reconhecendo e divulgando o patrimônio cultural material e imaterial do Sítio Cercado.
Texto e foto: Divulgação Pontos de Memória